O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciou nesta quarta-feira a aprovação do primeiro financiamento para renovação de canaviais. A usina Santa Terezinha, do Paraná, vai receber R$ 226,2 milhões para o plantio de 67 mil hectares de cana-de-açúcar --9 mil hectares de novos canaviais e 58 mil hectares de reforma dos já existentes.

Criado em janeiro deste ano, o BNDES Prorenova (Programa de Apoio à Renovação e Implantação de Novos Canaviais) tem orçamento de R$ 4 bilhões. A vigência vai até 31 de dezembro de 2012. Segundo o BNDES, cerca de R$ 1 bilhão em projetos estão em análise.

O programa apoiará 80% do valor total do investimento, de R$ 284 milhões. O prazo de implantação do projeto da Santa Terezinha é de 12 meses. Ao final desse período, a idade média do canavial deve cair de 3,54 anos, aferida em 2011, para 3,23 anos, em dezembro de 2012.
Segundo o banco, a Santa Terezinha é uma sociedade limitada de capital 100% nacional. Criada pela família Meneguetti, começou suas atividades em 1961, no Paraná. A capacidade de moagem da usina é de 19 milhões de toneladas de cana, divididas em oito unidades industriais, destinadas à produção de açúcar e etanol.
Segundo estimativas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a renovação dos canaviais nos próximos três anos poderá levar a um aumento de cerca de 50 milhões de toneladas de cana até a safra 2015/2016, o que reduzirá o nível de ociosidade do setor sucroenergético.

UDOP





Uma nova iniciativa no Nordeste do País promete ampliar as possibilidades de uso da vinhaça, um resíduo líquido da produção de etanol, para a geração de energia. No início de abril, em Vitória de Santo Antão, cidade na zona rural próxima a Recife (PE), foi inaugurada a primeira operação industrial de geração de energia elétrica a partir da vinhaça.


O projeto foi concebido em uma parceria entre a Companhia Alcoolquímica Nacional, usina do grupo pernambucano JB, e a empresa baiana Cetrel, controlada pela Braskem (Odebrecht) e especializada em tratamento de resíduos e aproveitamento energético.



“Embora diversas empresas do setor sucroenergético conheçam a tecnologia de biodigestão da vinhaça para a concentração do produto e geração de biogás.
“Utilizamos o conhecimento adquirido em 33 anos de tratamento de efluentes e aplicamos os conceitos de biodigestão para desenvolver tecnologia específica e, deste modo, apresentar a vinhaça como uma excelente alternativa para produção de energia limpa no País,” afirma a gerente da área de bioenergia da Cetrel, Suzana Domingues.
“Para termos a dimensão desse potencial, na safra 2010/2011 foram produzidos 25 bilhões de litros de etanol, o que corresponde à geração de cerca de 300 bilhões de litros de vinhaça ou 300 milhões de m3. Este volume seria suficiente para gerar cerca de 1.600 MW, aproximadamente 45% da capacidade instalada de uma hidrelétrica como a de Jirau, com a vantagem de produzir energia de forma descentralizada e sem s, os investimentos necessários e as dificuldades operacionais com as tecnologias testadas limitaram o desenvolvimento de projetos desse tipo até hoje. A iniciativa do grupo JB e da Cetrel abre perspectivas para a mudança desse quadro. A comprovação de sua viabilidade técnica e econômica poderá promover outras iniciativas semelhantes e representar mais uma oportunidade para o setor,” afirma Alfred Szwarc, consultor de Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA).

1 para 12
Para cada litro de etanol produzido, em média doze litros de vinhaça são deixados como subproduto. Na tentativa de aproveitar este resíduo, o trabalho do grupo em Pernambuco utiliza um processo de biodigestão do conteúdo orgânico da vinhaça. A digestão por bactérias resulta em um biogás com 80% de metano, gás com grande potencial energético.

impacto para o meio ambiente,” explica Suzana.

Projeto

Segundo técnicos da Cetrel, o projeto ocupa cerca de 6000 m2 e pode ser ampliado. Na fase inicial, a unidade utiliza cerca de 20% da capacidade de geração de energia a partir da vinhaça, ou aproximadamente mil metros cúbicos (1 mil m3) de vinhaça/dia com capacidade de geração de até 0,85 MW de biogás em seus motogeradores. O resultado, nessa fase, são 612 MWh de energia comercializados no mercado livre por mês. Em escala industrial, a operação de Vitória de Santo Antão terá sua capacidade ampliada em até cinco vezes (cerca de 4,5 MW

UNICA


As vendas de etanol pelas unidades produtoras da região Centro-Sul atingiram 717,89 milhões de litros nos últimos 15 dias de abril, elevação de 13,60% comparativamente a esta mesma quinzena do ano anterior. Este crescimento decorre da expansão de 46,17% do volume comercializado de etanol hidratado, que somou 451,11 milhões de litros. Já as vendas de etanol anidro reduziram 17,49%, totalizando 266,77 milhões de litros.

Deste volume total de etanol anidro comercializado, 21,95 milhões de litros destinaram-se à exportação e 244,83 milhões de litros ao mercado interno. No acumulado de abril, as vendas do produto somaram 522,24 milhões de litros, dos quais 471,19 milhões de litros para o abastecimento doméstico – recuo de 21,41% em relação ao mesmo mês de 2011.

Em relação ao etanol hidratado, o volume comercializado internamente atingiu 449,82 milhões de litros na segunda quinzena de abril, alta de 48,62% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado do mês, estas vendas alcançaram 847,56 milhões de litros, montante consideravelmente superior aquele observado em abril de 2011 (510,38 milhões de litros). A exportação mensal do produto, por sua vez, atingiu 18,51 milhões de litros. Com isso, o volume total comercializado de etanol hidratado em abril deste ano somou 866,07 milhões de litros, 64,62% acima daquele registrado no mesmo mês de 2011.

Para Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA), “o comportamento do mercado verificado nesta entressafra foi muito mais tranquilo quando comparado ao ano passado, sem nenhum sobressalto ou volatilidade extrema de preços”. Esperamos que as novas regras de comercialização vigentes para a atual safra facilitem ainda mais esse cenário, permitindo que aquela condição observada nesta última entressafra seja mantida para os próximos anos, acrescentou o executivo.

Moagem de cana-de-açúcar

A quantidade de cana-de-açúcar processada pelas unidades produtoras da região Centro-Sul durante a segunda quinzena de abril somou 9,24 milhões de toneladas, queda de 45,68% em relação ao mesmo período de 2011. No acumulado desde o início da atual safra até 1º de maio, a moagem totalizou 13,98 milhões de toneladas contra 24,00 milhões de toneladas registradas no ano anterior – recuo de 41,77%.
De acordo com o diretor da UNICA, “a redução no volume de cana processada nessa segunda quinzena era esperado. Isso porque, como mencionado na última atualização de safra, as chuvas ocorridas ao final de abril reduziram o aproveitamento de tempo pelas usinas em operação”. Outro fator que contribuiu para esta redução da moagem foi o menor número de unidades produtoras em atividade até 1º de maio, explica Rodrigues.

Conforme o levantamento periódico realizado pela UNICA, até esta data (01/05) 149 usinas estavam em safra no Centro-Sul, contra 212 observadas no mesmo período em 2011.

Qualidade da matéria-prima

A quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de matéria-prima atingiu 105,74 kg no acumulado de abril, aumento de 5,73% em relação a idêntico período de 2011. Nos últimos 15 dias do mês, a concentração de ATR por tonelada de cana-de-açúcar alcançou 110,74 kg, contra 102,37 kg observados nesta mesma quinzena da safra 2011/2012.
Essa alta segue o comportamento verificado para o indicador “ATR cana”, obtido por meio de análises laboratoriais de amostras da cana entregue nas usinas do Estado de São Paulo. Na última quinzena de abril, tal indicador foi 4% superior àquele apurado em idêntico período de 2011.

Mix e produção de açúcar e etanol

Nos últimos 15 dias de abril, 60,07% do total de cana-de-açúcar moída destinaram-se à produção de etanol, proporção ligeiramente inferior aos 63,64% computados nesta mesma quinzena de 2011. No acumulado desde o início da safra 2012/2013, este percentual alcançou 61,55%.

Com isso, o volume produzido de etanol desde o início das atividades desta safra até 1º de maio totalizou 539,57 milhões de litros, sendo 74,98 milhões de litros de etanol anidro e 464,58 milhões de litros de etanol hidratado. A fabricação de açúcar, por sua vez, somou 541,50 mil toneladas, declínio de 33,77% relativamente as 817,57 mil toneladas verificadas no mesmo período do ano passado.

Considerando apenas a última quinzena de abril, esta quantidade fabricada de açúcar alcançou 389,42 mil toneladas. Já a produção de etanol atingiu 364,34 milhões de litros, sendo 308,04 milhões de litros de etanol hidratado e 56,30 milhões de litros de etanol anidro.

Em relação a este último produto, o diretor da UNICA relembra que a alteração do percentual de etanol anidro adicionado à gasolina é uma decisão do Governo Federal, que avalia continuamente todas as variáveis relacionadas ao abastecimento, incluindo o suprimento do combustível fóssil, a balança comercial de derivados de petróleo, entre outras. “Ao setor sucroenergético cabe apenas garantir que a disponibilidade de anidro para o abastecimento regular do mercado será plenamente atendida em qualquer cenário de mistura,” concluiu o executivo.
 
UNICA

Vídeos em destaque